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quinta-feira, 31 de março de 2011

O Fazer em Canaan



Canaan não é aquela terra da Bíblia onde corre o leite e o mel, mas é um lugar que sempre foi de mulher séria e homem trabalhador. Não é assim que fala o verso?
Canaan é um lugar que guarda em si muitas possibilidades, tem um povo habilidoso que por muitas gerações faz rendas e bordados muito bonitos e produz muitas frutas e comidas deliciosas.
Os quintais sombreados pelas fruteiras são lembranças antigas que remontam aos tempos dos nossos avós. As comidas gostosas feitas com leite de coco – peixes, carnes, galinhas, farofas de frango, feijão, arroz, cuscuz, cambica de batata, bolo de goma, rapadura de coco e ainda, o mel de cana, a garapa – todos esses gostos continuam nas nossas lembranças e em alguns casos permanecem nas nossas cozinhas.
Mas para algumas famílias a vida tem se tornado difícil, pois Canaan empobreceu, a população cresceu, as terras ficaram mais divididas e subdivididas. E alguns não têm terra e vivem do trabalho de diarista. Porém os trabalhos de uns e outros continuam.
As rendeiras continuam com suas almofadas, tecendo rendas que viram camisetas, vestidos, caminhos de mesa, toalhas, saídas de praia e sonhos...
O potencial das rendeiras de Canaan é imenso e elas sabem tecer todas as formas de rendas de bilros.
Os modelos de renda demonstram que permanece entre nós, o saber fazer rendas finas e assim contribuir para preservar a possibilidade que sempre existiu de criar beleza com nossas mãos, nossos bilros, nossas almofadas e todo nosso empenho de fazer o melhor com muita beleza, e quem sabe, aumentar nossos ganhos.
Existem em Canaan muitas Marias que são capazes de produzir rendas com muita qualidade E preciso tornar possível diversificar o que atualmente se produz, para vender melhor e ganhar um pouco mais, pois entre as rendeiras de Canaan, como já disse, sempre existiu a capacidade de criar beleza com suas mãos, seus bilros, suas almofadas, e muita garra e sabedoria para fazer bonito.
 É como diz a Sophia de Mello poetisa portuguesa

A morte

Onde sempre acabou cada ilusão
A força dos meus sonhos é tão forte

             Que de tudo renasce a exaltação
     E nunca as minhas mãos ficam vazias

             Sento-me ao lado das coisas
         E bordo toda noite a minha vida.

Fonte: Rosa de Lima

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