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segunda-feira, 11 de abril de 2011

EXPOSIÇÃO: Rendas nas terras de Canaan

 Abertura:14 de abril de 2011
Encerramento: 15 de maio de 2011
Local:Sala do Artista Popular - SAP [Museu do Folclóre Edison Carneiro] Rua do Catete, 179 e 181
Catete (21) 2285-2545
Funcionamento:de 3ª a 6ª feira, das 11h às 18h Sábados, domingos e feriados, das 15h às 18h 
 Ingresso: Entrada Franca
Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.
A mostra possui venda de peças em renda de bilros ou renda de almofada confeccionadas por mulheres do município de Canaan, distrito do município de Trairi, no Ceará, conhecido como “Terra da renda de bilro”, título concedido pela Assembleia Legislativa do estado, em 2010.

As rendeiras estão reunidas na Associação de Artesãs e Agricultores de Canaan, criada em 2005. Com a presença de mediadores, a Associação realiza cursos diversos, daí a habilidade para a confecção de peças de vestuário em renda fina, detalhes de jogos de cama e mesa ou mesmo toalha de mesa feita toda em renda.
Em Cannan, as mulheres não usam renda no próprio vestuário e em objetos domésticos. Contudo, quando o assunto é renda, não abrem mão do "capricho", categoria que articula todas as fases do trabalho, presente na escolha de parceiras "caprichosas" com quem podem compartilhar uma encomenda.

Confeccionados com linha fina, os "biquinhos", para adorno, e "entremeios", renda costurada, ligando tecido, são vendidos para comercialização em Fortaleza. A imagem do passado, da rendeira de Canaan procurando um comprador, tem mudado sobretudo com os diferentes mercados como lojas especializadas em artigos de enxoval, em Fortaleza, e em várias regiões do país. No Centro de Artesanato do Ceará, também na capital do estado, entre os vários estandes, há um dedicado especialmente à renda de bilros.
Realização:
Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular/Iphan/Ministério da Cultura
Apoio:
Prefeitura Municipal de Trairi
Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude
Secretaria do Trabalho e Ação Social
Patrocínio: Caixa Econômica Federal

quinta-feira, 31 de março de 2011

O Fazer em Canaan



Canaan não é aquela terra da Bíblia onde corre o leite e o mel, mas é um lugar que sempre foi de mulher séria e homem trabalhador. Não é assim que fala o verso?
Canaan é um lugar que guarda em si muitas possibilidades, tem um povo habilidoso que por muitas gerações faz rendas e bordados muito bonitos e produz muitas frutas e comidas deliciosas.
Os quintais sombreados pelas fruteiras são lembranças antigas que remontam aos tempos dos nossos avós. As comidas gostosas feitas com leite de coco – peixes, carnes, galinhas, farofas de frango, feijão, arroz, cuscuz, cambica de batata, bolo de goma, rapadura de coco e ainda, o mel de cana, a garapa – todos esses gostos continuam nas nossas lembranças e em alguns casos permanecem nas nossas cozinhas.
Mas para algumas famílias a vida tem se tornado difícil, pois Canaan empobreceu, a população cresceu, as terras ficaram mais divididas e subdivididas. E alguns não têm terra e vivem do trabalho de diarista. Porém os trabalhos de uns e outros continuam.
As rendeiras continuam com suas almofadas, tecendo rendas que viram camisetas, vestidos, caminhos de mesa, toalhas, saídas de praia e sonhos...
O potencial das rendeiras de Canaan é imenso e elas sabem tecer todas as formas de rendas de bilros.
Os modelos de renda demonstram que permanece entre nós, o saber fazer rendas finas e assim contribuir para preservar a possibilidade que sempre existiu de criar beleza com nossas mãos, nossos bilros, nossas almofadas e todo nosso empenho de fazer o melhor com muita beleza, e quem sabe, aumentar nossos ganhos.
Existem em Canaan muitas Marias que são capazes de produzir rendas com muita qualidade E preciso tornar possível diversificar o que atualmente se produz, para vender melhor e ganhar um pouco mais, pois entre as rendeiras de Canaan, como já disse, sempre existiu a capacidade de criar beleza com suas mãos, seus bilros, suas almofadas, e muita garra e sabedoria para fazer bonito.
 É como diz a Sophia de Mello poetisa portuguesa

A morte

Onde sempre acabou cada ilusão
A força dos meus sonhos é tão forte

             Que de tudo renasce a exaltação
     E nunca as minhas mãos ficam vazias

             Sento-me ao lado das coisas
         E bordo toda noite a minha vida.

Fonte: Rosa de Lima

quinta-feira, 24 de março de 2011

Diretoria da Artecan 2011

A ARTECAN tem nova Diretoria para o período de dois anos, que foi eleita no dia 27 de fevereiro de 2011.

Foram eleitos:
Presidente – Francisco Antonio da Silva
Vice Presidente – Maria das Dores Barbosa
Secretaria – Elina Maria de Sousa
2ª Secretaria - Francisca Maria Paulino Leandro
Tesoureira – Maria Elenir Ferreira
2ª Tesoureira – Francisca Veronica Pereira de Sousa
Diretora de Artesanato – Alda Ferreira Portela
Diretora de Agricultura – Maria Aldina Farias de Sousa

Conselho Fiscal:
Rita de Cassia dos Santos
Maria Rita Nunes dos Santos
Maria Viana de Freitas da Silva
Maria Nunes dos Santos
Maria Simone de Sousa Nunes
Sonia Maria de Sousa

É propósito da Diretoria reunir-se uma vez por semana para avaliar o desempenho e fazer ajustes e programar atividades.

No inicio do mês de Fevereiro, técnicos do SEBRAE, Dra Rebeca, do CENTEC Dr. Figueiredo e do Projeto São Jose da SDA, Dr. Fabricio, estiveram reunidos na sede da ARTECAN com um grupo de associados procurando encontrar alternativas para assessorar a ARTECAN nos assuntos que ainda necessitam de reforço, tais como comercialização, planejamento da produção, gestão e controle.

No mês de janeiro a loja Amantiquira de São Jose dos Campos de São Paulo, entrou em contato e fez contrato com a ARTECAN para confeccionar caminhos de mesa coloridos. As rendeiras da ARTECAN realizaram e enviaram a encomenda na data combinada sendo elogiadas pela dona da loja pela beleza do trabalho e disse esperar esta ser uma das muitas encomendas que virão.

No próximo dia 14 de Abril duas representantes das Rendeiras da ARTECAN participarão no Rio de Janeiro de Exposição no Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular levando amostras dos trabalhos que são realizados por rendeiras e ali ficarão expostos durante um mês, podendo ser vendidos.

A Diretoria de Agricultura com um grupo de interessados tem trabalhado para fornecer seus produtos para a merenda escolar nas escolas do município. Existem problemas a serem superados para aumentar a chance de atender as demandas por seus produtos.




 Fonte: Rosa de Lima

quarta-feira, 18 de março de 2009

Rosa de Lima


Rosa de Lima ( Mulher guerreira)

quarta-feira, 11 de março de 2009

Feiras de artesanatos em canaan sede.

artesães de Mundau
Rosa De Lima em uma entrevista...

Curso de renda de bilro/tecido ( Amostras)


















Vitor
( Prof e Coodenador do grupo de dança Classica "CORPUS")

sexta-feira, 6 de março de 2009

LivroTecendo Rendas e Vidas - Artesãs de Canaan

 Tecendo Rendas e Vidas - Artesãs de Canaan
Livro conta histórias de rendeiras de bilros
Cientista política lança livro sobre as rendeiras de Canaan, distrito de Trairi. A obra traz história de vida dessas mulheres que mantêm a tradição da renda de bilros
Rita Célia Faheina da Redação
08 Jul 2008 - 00h11min

"...E os dedos trocam os bilros
num vaivém de ritmos atroantes
e é como se mãos de crianças se enredassem nos
desenhos do estrado
que a artesã-rendeira vai ao tempo bordando..."
A Rendeira, de José Alcides Pinto


"Em Canaan, todo mundo faz renda e eu aprendi, ainda criança, com minha mãe". A infância da cientista política Rosa de Lima Cunha, 66, vivida no pequeno distrito de Trairi, no Litoral Oeste do Ceará, foi o maior incentivo para que retornasse à localidade e iniciasse um trabalho de organização das mulheres que fazem rendas de bilros. Há três anos, acompanha a atividade solidária de 170 mulheres rendeiras que mantêm a tradição passada de geração a geração há um século.

O trabalho de Rosa gerou bons frutos. Criou-se uma associação das trabalhadoras e foi feita a organização para o comércio, eliminando a presença do atravessador. "Antes, as rendeiras do Canaan vendiam as peças fabricadas de acordo com a sua necessidade. Podia valer um caderno, um quilo de farinha, o produto que ela estivesse precisando no momento. Agora, não. Participam de feiras até fora do Estado e vendem para a Central de Artesanato (Ceart), em Fortaleza", diz a cientista política.

Rosa Cunha mora em Brasília há mais de 30 anos e começou a acompanhar as mulheres rendeiras de Canaan depois de se aposentar. "Buscamos resgatar o belo da renda de bilros. Hoje, há muitas peças industrializadas e foi desvalorizado o trabalho feito à mão". Para incentivar ainda mais e manter viva essa tradição nordestina, a cientista política, que nasceu em Canaan, vai lançar um livro no próximo dia 26, sobre as trabalhadoras que sobrevivem de sua arte.

Tecendo Rendas e Vidas - Artesãs de Canaan é o título que escolheu para as histórias das mulheres rendeiras. "São gerações de 13 anos a 94 anos de idade, suas formas de vida, sua arte, fé, sonhos". Rosa contou com a colaboração da arquiteta mineira Cheila Aparecida Gomes, 58. A apresentação do livro, no Theatro José de Alencar, em Fortaleza, será acompanhada por um recital de música com a pianista Joana Cunha de Holanda, natural de Brasília. Ela é professora de piano na Universidade Federal de Pelotas. "A festa do lançamento do livro é das rendeiras de Canaan, por isso, quero que ela estejam presentes", conclui Rosa Cunha.


SERVIÇO

Lançamento do livro Tecendo Rendas e Vidas - Artesãs de Canaan, de Rosa de Lima Cunha e Cheila Rosa Aparecida Gomes, dia 26 próximo, com recital de piano da brasiliense Joana Cunha de Holanda, professora da Universidade Federal de Pelotas. Às 19h no foyer do Theatro José de Alencar - entrada gratuita.


SAIBA MAIS
O trabalho com bilros é feito numa pequena almofada dura, sobre a qual se fixa um cartão, perfurado segundo o desenho, que orienta a rendeira. Os fios presos aos bilros - pequenas peças de madeira torneada em forma de pêra - se entrelaçam com o movimento rotativo que lhes imprime a rendeira. Ela pega e retém os pontos, um a um, com alfinetes, que são mudados de lugar à medida que o trabalho progride.

Os bilros são manejados por pares, simultaneamente; padrões muito complexos podem exigir o emprego de 14, 18 ou mesmo mais de 20 pares de bilros. No passado as rendeiras se reuniam na casa de uma delas, ou na porta da rua, na calçada, nas praças, debaixo das árvores e, enquanto faziam renda, conversavam, cantavam, diziam versos.

A manufaturaria de rendas em Portugal é anterior ao século XVIII, tendo atingido seu apogeu no século seguinte. De inspiração flamenga, a renda de bilros se difundiu no norte do país, espalhando-se depois por todo o litoral, entre as povoações de pescadores.

No Nordeste brasileiro, as rendeiras se concentram no litoral. São mulheres e filhas de pescadores. Sua atividade permite-lhes auxiliar as despesas da casa, raras vezes constituindo meio de vida autônomo. O aprendizado inicia-se por volta dos 6 anos de idade, quando a menina já tem os instrumentos da rendeira -almofada e bilros - incluídos entre os seus brinquedos.

As rendas mais encontradas são "a metro" (em bicos ou pontas, usadas para margear os tecidos e entremeios); "em quadros" (compondo quadrados de diversos tamanhos que, depois de prontos, são costurados e formam toalhas de mesa, guardanapo, colchas etc.); "aplicações"(em forma de flores, folhas, corações e leques, servem para enfeitar tecidos e palas); e "inteiriças" (numa peça só, difíceis de fazer, são aplicadas no decote de camisolas, blusas, vestidos e roupas de crianças).

FONTE: Sebrae-CE